terça-feira, novembro 27, 2007

Minas não há mais...

Todo mundo sabe que o paraíso da cana chama-se "Belzontchi", (pergunte a qualquer mineiro onde fica a cidade de BELO HORIZONTE, qua provavelmente terá como resposta "uai, sei não"). Cachaças e aguardentes* de todos os tipos marcas e preços podem ser encontradas naquela cidade, que pra mim só tem um mísero defeito, é desprovida de oceano, muito embora um colega de colégio tenha respondido, em uma prova de geografia, que aquela cidade possuía, sim, belas praias...
Pois bem, lá pelos findos anos do milênio passado, fui a uma conferência nacional de servidores públicos. Praticamente todos os sindicatos desse segmento tão hostilizado pela sociedade estavam lá. E foi nessa conferência que eu tive a certeza que nós, servidores de todas as esferas de governo, e de todos os poderes constituídos da República, somos dependentes mórbidos de um tipo de bebida, não tão amaldiçoada pela sociedade, o café. Em off, com o perdão do estrangeirismo digno das redações jornalísticas, alguns sugeriram que a melhor forma de fazer greve no serviço público seria "seqüestando" (que bom ainda podermos utilizar o trema) a copeira...
Foram três dias de encontro, entremeados por três noites de muita, mas muuuuuuuiiiittttttaaaaaaaaa, cachaça.
Findo o encontro, e depois de uma ótima noitada no hotel, a delegação de meu sindicato dirigiu-se ao aeroporto de Confins, a distância faz jus ao nome.
Com fome, pensamos em comer algo nas lanchonetes do aeroporto, e, estando em "Minasss", nada melhor que um "pão de queijjjj, e um cafezin com leitchi", enquanto aguardávamos que fossem esquentados nossos "pães de queijjjj" eis que vejo um amigo meu, Ribeiro, mas que na hora confundi as ladeiras de Olinda e gritei: "Bonfim!". A moça da lanchonete pensou que fosse com ela e deu logo um "UAI, MAS EU ACABEI DE POR".
Ribeiro estava um tanto quanto pálido, suava em bicas em pleno outono mineiro, ou seja, muito abaixo da temperatura que estamos acostumados a ter aqui no Recife, e não parava de beber... Água e refrigerantes, essas eram as bebidas de nosso colega.
Ao nos aproximarmos descobri que Ribeiro tinha feito uma boa aventura na terra das Gerais, foi a uma cachaçaria e deu um "trezentos e sessenta", ou seja, bebeu de todas as cachaças que havia no estabelecimento**...
Desnecessário dizer que o rapaz ficou um tanto quanto neném, com direito à lambança (com o perdão do eufemismo, posto que não seria de bom tom descrever o que o rapaz fez ) no saguão do hotel, e ser carregado por outros amigos.
O pior. Não bastasse ter dado vexame no dia anterior, acordou no dia do retorno com uma ressaca homérica, completamente desidratado, pedindo pelo deus supremo (não falo aqui de Deus, mas daquele a quem apelamos, quando de ressaca, para que nos abrevie a vida), e ainda tendo que encarar um vôo BH, Vitória, Porto Seguro, Salvador, Aracaju, Maceió, Recife...
Quando entramos no avião o cara suava mais que tirador de "isprítu", e, assim que os comissários de bordo começaram a servir, o rapaz, prontamente, pôs-se a seguir o carrinho dos comes e bebes, munido de copo, e, provavelmente, esvaziou todo o estoque daquele refrigerante de cor preta avermelhada existente na nave...
Tem passarinho que insiste em beber a água que a eles não é permitido.

*Convenciona-se chamar de aguardente aquela água que passarinho não bebe industrializada, enquanto aquelas que são produzidas de forma artezanal são chamadas aguardentes.

** Eita, fiquei com a boca cheia d'água, agora.

quarta-feira, novembro 21, 2007

Frase do ano

"E eu passando mal, morrendo, pensando que fosse a cachaça...era o Leite"